De acordo com a Diretriz em Cardiologia do Esporte e do Exercício da Sociedade Brasileira de Cardiologia e da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, a avaliação clínica pré-participação (APP) para atividades físico-esportivas deve ser entendida como uma avaliação médica sistemática, uniformizada, capaz de abranger a ampla população de esportistas e atletas antes de sua liberação para treinamento físico. Tem como proposta identificar, ou pelo menos aumentar, a suspeita de doenças cardiovasculares que sejam incompatíveis com a realização de atividade física visando o rendimento.
Existem recomendações especificas para grupos distintos: esportistas, atletas profissionais e crianças/adolescentes.
Mas o que seriam esportistas? Esportistas são indivíduos que praticam atividades físicas e esportivas de maneira regular, de moderada a alta intensidade, competindo eventualmente porém, sem vínculo profissional com o esporte.
Esse grupo de indivíduos deve passar por uma avaliação pré-participação para atividades físico-esportivas. Essa avaliação se inicia com uma boa anamnese e exame clínico pelo médico. O objetivo da anamnese é detectar fatores de risco ou sinais/sintomas de doença cardiovascular ou de outros sistemas. É importante a investigação da história familiar de doenças cardiovasculares já que algumas patologias tem herança genética e podem estar relacionadas a risco de morte súbita. As queixas dos pacientes apresentam grande importância. Sintomas como dor torácica, palpitações, “cansaço” aos esforços, episódios de taquicardia, tonturas e desmaio, podem estar relacionados a diversas patologias cardíacas e devem ser valorizados. Deve ainda ser realizado um exame físico cuidadoso com atenção na aferição da pressão arterial, ausculta cardíaca e pulmonar e avaliação dos pulsos periféricos.
Com relação aos exames complementares, o eletrocardiograma é um exame muito útil nessa avaliação, pois pode constar algumas alterações sugerindo alguma patologia cardiovascular. Outros exames que podem ser utilizados são o teste ergométrico e ecocardiograma transtorácico, mas não são de rotina nesse caso. Suas indicações dependem de alguns fatores como o nível de intensidade da atividade física que será realizada, de dados da anamnese, queixas clínicas, do exame físico realizado ou idade do paciente.